AdrianoA.
Um espaço pra tudo que quizer gritar pra todos ou poucos ouvirem... sei que não sou muito normal, mas também não sou tão esquisito ao ponto de ninguém se identificar comigo... ah nem sei porque estou escrevendo isso... rs
domingo, 29 de janeiro de 2012
De um amigo que às vezes se encomoda com o que não lhe cabe.
domingo, 22 de janeiro de 2012
Um Janeiro de palavras rasgadas e pingos de chuva.
Trago um breve relato sobre nossa passagem pelo 18º Janeiro de Grandes Espetáculos. No começo éramos apenas homens em direção ao Recife, desembarcamos na quarta-feira para a QualQuer Um dos 2 cia. de dança apresentar o espetáculo Aluga-se Um Coração na Quinta, dia 19, no Teatro Barreto Júnior.
R&J de Shakespeare – Juventude interrompida, essa foi a peça que resolvemos assistir no Teatro Santa Isabel, vi ali um homem ser Julieta sem necessitar travestisse, também outro a ama, mas o que nisso tudo mais me agrada, são as discussões embutidas que não necessitam estar tão didáticas para acontecer.
No ensaio do espetáculo no teatro, na quinta, o release na agenda cultural nos chama atenção, questionamos Jailson que disse que já havia mandado corrigir, mas haviam enviado para a Agenda do Recife. Logo, logo, notasse certa agitação no facebook, tudo por conta do mesmo release, agora utilizado como crítica ao posicionamento do grupo.
É impossível não perceber um forte teor homoerótico no espetáculo de dança contemporânea ALUGA-SE UM CORAÇÃO [...] Mesmo que este homoerotismo não seja totalmente assumido pelo coreógrafo e diretor, a montagem é interpretada apenas por um elenco masculino e trata do (des)amor. A criação coreográfica investiga de que forma as relações afetivas se constroem na contemporaneidade e como as mesmas são interferidas por sensações de fluidez e vazio, estando sujeitas à temporalidade e situações de consumo. [...] (Facebook de Leidson Ferraz)
E abaixo deste, muitos comentários foram surgindo. Palavras de artista que não agüentam mais ver essas coisas acontecerem ou de pessoas que acreditam que em sua página da internet pode postar o que bem entender e quiser, nesse caso apoio, mas pense sobre quem escrever. Não daria credibilidade a um jornalista que se diz artista e que assiste a um espetáculo por mídia de DVD, depois resume o trabalho a uma visão medíocre.
Sabe-se que a arte de interpretar para os palcos é efêmera e que só acontece de um jeito uma única vez, como a batida história do raio que nunca irá cair no mesmo local. A magia de sentir-se fora do local, só acontece ali, ao vivo, mas se formos recheados de pensamentos errados, nada nos fará compreender por outro lado. Nisso está o problema de um jornalista que refaz o release dos espetáculos, ele não tem o direito de tomar a palavra do grupo para si, release não é texto crítico. Outro ponto que acho que interferiu nesse ponto de vista foi a questão da mochila pessoal que levamos adiante, se vemos um espetáculo, vamos naturalmente relacionarmos com ele e entende-lo por meio de nossa realidade.
Mas isso foi uma turbulência num vôo que decolou muito bem, parabéns aos meninos que mostraram diversas faces naquele palco, alugando tais corações que nunca deveriam ser vistos de forma homogenia.
Independente do gênero. Falando de amor, encontros, desencontros. Os reais sentimentos profundos e os rasos que perpassam nas relações. Vi homens, mulheres, pessoas. Independente do sexo. O espetáculo é muito maior.Independente do gênero. Falando de amor, encontros, desencontros. Os reais sentimentos profundos e os rasos que perpassam nas relações. Vi homens, mulheres, pessoas. Independente do sexo. O espetáculo é muito maior. (Bella Maia)
Fui sexta dar uma volta no Recife antigo, na livraria, tomar um café e aproveitar para conhecer o local do Coletivo Lugar Comum, fomos recebidos muito bem por Maria e Renata que dividiram biscoitos e sorrisos conosco. À noite voltamos ao Teatro Santa Isabel, dessa vez para assistir As Levianas em Cabaré Vaudeville, com detalhes minuciosos na cenografia e estética, continuo a ver as mesmas personagens em diversas situações, o que realmente me agrada, mais uma vez saiu contente, levando na mente a imagem de uma palhaça alcoólatra com sua caneta e uma garrafa gigante.
No sábado chegava o momento do Eu Vim da Ilha entrar no terreiro, e nada de São Pedro dar uma trégua, dentro da tenda a coisa já tinha esquentado, até o fotografo foi convocado para a farinhada e lá fora pinga-pinga.
Quando a chuva deu uma aliviada, entramos com aquele cortejo, mas só foi pisar o pé no tapete, para a chuva começar a bater na porta. Ela não teve escolha, teve muito samba. O espetáculo continuou, na chuva a platéia não quis sambar, mas as agitações nas cadeiras valiam pelo samba. E a barca lotou nessa viagem daquele lugar tão complicado de chegar, foi tanta ladeira, para chegar à nossa Ilha ou na Ilha que naquele momento passou a ser do público.
Na volta no domingo, mesmo com mais chuva, estávamos bem acompanhados de amigos. Levando junto imagens e pensamentos de uma viajem. Um boi preto, um bolo de chocolate, um guarda desprezível, uma currinha, um choro apertado, um telefone dado pelo cupido, bolinhas de pula-pula ou de mascar, palavras rasgadas e pingos de chuva.
Adriano Alves
23/01/2012
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Das minhas para as tuas.
Mão que decifram o destino.
Em torno das mãos
Muitas crenças e diversos desejos circundam
Mas como explicar essa importante parte?
Benditas são as mãos que não se fecham
Mãos macias para acariciar
Que afaga e desafeta
Que constrói e destrói
Acaricia usando sua meiguice
Mais age por seus impulsos
Mãos puras, inocentes
Magoa com suas próprias mãos
Quando agride até mata
Usa arma, aperta gatilho
Mãos que a mente não coordena
Mãos que pedem para abençoar
Faz o bem e o mal
Segura firme ou deixa cair
O outro que está ao seu lado
Pode até livrar do abismo
Ampara, embala, alimenta
Mãos que ama o outro
Que estende a outra mão
Num aperto de adeus e da paz.
Tais mãos que ao dar tchau
Tremem e querem chamar
Mãos que transpiram
E põem os sentimentos a aflorarem
Deram-nos duas mãos
Não para cumprimentos formais
E sim para abraços
Então abrace sempre que desejável.
Adriano Alves
(No processo: Para sempre teu. Da QualQuer Um dos 2.)
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Debate ou Censura.
Hoje uma amiga me chamou pra ir a um evento na UNEB, decidi ir só para ver como são as coisas por lá, cheguei um pouco atrasado por conta da distância. No momento estava tendo uma proposta de Debate para finalização de semestre de alguma matéria do curso de Comunicação Social – Jornalismo em Multimeios, gostei do ambiente e fiquei escutando algumas perguntas.
Até que um rapaz perguntou a Vildete Cezar se para ser Bailarino Contemporâneo teria que ter uma formação no clássico. Ela afirma que para você ser um bailarino preparado tem sim que ter formação acadêmica e citou até que uma sobrinha formada da UFBA teria feito formação com algum grupo, ousando dizer que todos os exercícios que são ultilizados no Contemporâneo na parte corporal pertencem ao Clássico e que somos ensinados com as nomenclaturas dos movimentos conforme o Clássico. Como todos sabem que não sou muito “chegado” do Clássico, resolvi comentar a minha relação com a Dança. Pedi 1, Pedi 2... Parecia que o rapaz que mediava estava literalmente cego... Depois de muita insistência e de outros assuntos passarem consegui ter o direito a palavra.
Sou Dançarino contemporâneo e digo que seria muito difícil eu fazer dança, mesmo contemporâneo, se para isso eu tivesse que ter uma formação acadêmica. Tentei fazer aulas e fiz algumas por perceber essa necessidade de aperfeiçoamento, mas dizer que a Dança Contemporânea só se faz através do Clássico, quando ela cita Martha Graham (pensadora da Dança Moderna que iniciou essa desconstrução do Ballet). Ainda dizer que a escolha do nome Dança Contemporânea é equivoco, pois o contemporâneo seria o Hip-Hop e o Grafite, que o nome deveria ser Experimental. O pior de um debate é quando uma pessoa não se contém com postura na mesa até que eu termine a minha fala, fui interrompido por ela com essas falas, falas que me mostram o pensamento de uma pessoa enquadrada, que ainda segue pensamentos de décadas passadas; sei que não devemos esquecer esses pensadores, mas sim fazer releituras, não utilizar os seus livros como Bíblias. A parti que mais me tocou foi a Vildete afirmar que os Bailarinos Contemporâneos que não tem formação acadêmica são despreparados. Em que década ela vive?
Depois dela falar várias coisas que nem me lembro de tanta asneiras, Welington(Desculpe-me se escrevi errado) falou sobre essa arte contemporâneo em geral, que pelo que percebi na fala dele seria tudo que tem um discurso artístico atual, e Vildete balançando a cabeça e sussurrando Grafite, poxa ela não percebi que a fala dele sobre contemporâneo também é diferente do pensamento dela, vamos prestar mais atenção . Depois Thom Galiano foi expor seus pensamentos e no meio da fala mais uma vez ela interrompe sem se conter, mas ele continua a falar, falou inclusive que a dança poderia sim se preparar fisicamente através do Clássico, mas que não é o único caminho. Ela mais uma vez foi discordar, sempre com um discurso incoerente.
Chego ao ponto que mais me chateou, quando o mediador negou a Thom o direito de rebater a fala contrária ao seu pensamento, dizendo que seria regra do suposto debate. Para que organizarmos um debate se não para que seja promovido o confronto entre pensamentos? Como um debate promovido por estudantes para Comunicação Social defende o veto a fala?
Mas como a noite não se resume a este debate ou exposição de pensamentos(eu falo e vocês só escutem e façam o mesmo que figurantes na Globo, só façam sinal de concordo), vi Welington declamar um poema, uma Banda que neste momento não me recordo o nome e um DJ que animou o evento. Depois de um pouco de vinho ficamos dançando, desde Vanessa da Mata até Bonde do Trigão(risos).
Hoje não sei mais se ainda quero cursar um curso onde promovem pensamentos tão distintos do que penso de Comunicação Social. Estou pensando em pedir o cancelamento de minha matrícula mesmo depois de tanta espera.
17/09/2011
02:16H
terça-feira, 3 de maio de 2011
Por que apegar-se?
Eu sei que me apego
Até muito facilmente
E quando digo que me apeguei
É pura sinceridade
De apego em apego
cada um tem seu jeito
Mas que jeito
tem meu apego?
Quando descubro
talvez escondo
Ou demonstro de cara
em solavanco
Só sei que me apegar
é bom
Mesmo que não dure
é bom sentir esse apego
Apego... pego...
03 de Maio de 2011