quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Das minhas para as tuas.


Mão que decifram o destino.

Em torno das mãos

Muitas crenças e diversos desejos circundam

Mas como explicar essa importante parte?

Benditas são as mãos que não se fecham

Mãos macias para acariciar

Que afaga e desafeta

Que constrói e destrói

Acaricia usando sua meiguice

Mais age por seus impulsos

Mãos puras, inocentes

Magoa com suas próprias mãos

Quando agride até mata

Usa arma, aperta gatilho

Mãos que a mente não coordena

Mãos que pedem para abençoar

Faz o bem e o mal

Segura firme ou deixa cair

O outro que está ao seu lado

Pode até livrar do abismo

Ampara, embala, alimenta

Mãos que ama o outro

Que estende a outra mão

Num aperto de adeus e da paz.

Tais mãos que ao dar tchau

Tremem e querem chamar

Mãos que transpiram

E põem os sentimentos a aflorarem

Deram-nos duas mãos

Não para cumprimentos formais

E sim para abraços

Então abrace sempre que desejável.


Adriano Alves

(No processo: Para sempre teu. Da QualQuer Um dos 2.)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Debate ou Censura.

O SISTEMA É O SEGUINTE: Exposição de Pensamentos, uns falam e outros escutem e aceitem.

Hoje uma amiga me chamou pra ir a um evento na UNEB, decidi ir só para ver como são as coisas por lá, cheguei um pouco atrasado por conta da distância. No momento estava tendo uma proposta de Debate para finalização de semestre de alguma matéria do curso de Comunicação Social – Jornalismo em Multimeios, gostei do ambiente e fiquei escutando algumas perguntas.
Até que um rapaz perguntou a Vildete Cezar se para ser Bailarino Contemporâneo teria que ter uma formação no clássico. Ela afirma que para você ser um bailarino preparado tem sim que ter formação acadêmica e citou até que uma sobrinha formada da UFBA teria feito formação com algum grupo, ousando dizer que todos os exercícios que são ultilizados no Contemporâneo na parte corporal pertencem ao Clássico e que somos ensinados com as nomenclaturas dos movimentos conforme o Clássico. Como todos sabem que não sou muito “chegado” do Clássico, resolvi comentar a minha relação com a Dança. Pedi 1, Pedi 2... Parecia que o rapaz que mediava estava literalmente cego... Depois de muita insistência e de outros assuntos passarem consegui ter o direito a palavra.
Sou Dançarino contemporâneo e digo que seria muito difícil eu fazer dança, mesmo contemporâneo, se para isso eu tivesse que ter uma formação acadêmica. Tentei fazer aulas e fiz algumas por perceber essa necessidade de aperfeiçoamento, mas dizer que a Dança Contemporânea só se faz através do Clássico, quando ela cita Martha Graham (pensadora da Dança Moderna que iniciou essa desconstrução do Ballet). Ainda dizer que a escolha do nome Dança Contemporânea é equivoco, pois o contemporâneo seria o Hip-Hop e o Grafite, que o nome deveria ser Experimental. O pior de um debate é quando uma pessoa não se contém com postura na mesa até que eu termine a minha fala, fui interrompido por ela com essas falas, falas que me mostram o pensamento de uma pessoa enquadrada, que ainda segue pensamentos de décadas passadas; sei que não devemos esquecer esses pensadores, mas sim fazer releituras, não utilizar os seus livros como Bíblias. A parti que mais me tocou foi a Vildete afirmar que os Bailarinos Contemporâneos que não tem formação acadêmica são despreparados. Em que década ela vive?
Depois dela falar várias coisas que nem me lembro de tanta asneiras, Welington(Desculpe-me se escrevi errado) falou sobre essa arte contemporâneo em geral, que pelo que percebi na fala dele seria tudo que tem um discurso artístico atual, e Vildete balançando a cabeça e sussurrando Grafite, poxa ela não percebi que a fala dele sobre contemporâneo também é diferente do pensamento dela, vamos prestar mais atenção . Depois Thom Galiano foi expor seus pensamentos e no meio da fala mais uma vez ela interrompe sem se conter, mas ele continua a falar, falou inclusive que a dança poderia sim se preparar fisicamente através do Clássico, mas que não é o único caminho. Ela mais uma vez foi discordar, sempre com um discurso incoerente.
Chego ao ponto que mais me chateou, quando o mediador negou a Thom o direito de rebater a fala contrária ao seu pensamento, dizendo que seria regra do suposto debate. Para que organizarmos um debate se não para que seja promovido o confronto entre pensamentos? Como um debate promovido por estudantes para Comunicação Social defende o veto a fala?
Mas como a noite não se resume a este debate ou exposição de pensamentos(eu falo e vocês só escutem e façam o mesmo que figurantes na Globo, só façam sinal de concordo), vi Welington declamar um poema, uma Banda que neste momento não me recordo o nome e um DJ que animou o evento. Depois de um pouco de vinho ficamos dançando, desde Vanessa da Mata até Bonde do Trigão(risos).
Hoje não sei mais se ainda quero cursar um curso onde promovem pensamentos tão distintos do que penso de Comunicação Social. Estou pensando em pedir o cancelamento de minha matrícula mesmo depois de tanta espera.


Adriano Alves
17/09/2011
02:16H

terça-feira, 3 de maio de 2011

Por que apegar-se?


Eu sei que me apego
Até muito facilmente
E quando digo que me apeguei
É pura sinceridade

De apego em apego

cada um tem seu jeito
Mas que jeito
tem meu apego?

Quando descubro

talvez escondo
Ou demonstro de cara
em solavanco

Só sei que me apegar

é bom
Mesmo que não dure
é bom sentir esse apego
Apego... pego...


Adriano Alves
03 de Maio de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

Toda ex-criança tem...

Nunca fui uma criança muito quieta, desde que nasce fiz travessuras, no parto minha mãe conta que só foi Cesário porque eu estava virado pro lado contrário.

Os melhores momentos foram com primos brincando de tudo que “desse na telha”, como pegar um carro, uma Combi com carroceria, abrir todos os lados para formar um palco e ficarem horas nos imaginando nos maiores palcos, (uma coisa gostosa de crianças, elas transformam pequenas coisas em imensas dimensões) mesmo que ali só estivesse nossa Vovó para nos assistir, aquela pessoa valia os milhões de espectadores que acreditávamos.

As brigas sempre são constantes entre as crianças, mesmo as minhas não sendo tão normais, foram ótimas experiências, como uma vez que um primo entregou a mim e minha prima, pois tínhamos feito mais uma travessura, mas não me lembro nesse momento o que foi, mas lembro bem o que fizemos com ele, o amarramos numa árvore em frente à casa de vó e batemos com corda, depois daquilo nem gosto de lembrar a surra que levamos, uma das únicas, pois sempre nem chegávamos a apanhar, minha vó entrava na frente e nos defendia, sempre ela entrando no meio da história, na verdade acho que ela sempre esteve presente.

Como falar da infância sem lembrar-se das viagens a casa da bisa, tudo ali naquele local me lembra uma das pessoas que mais sofro por não estar mais comigo, meu bisavô, aquele vovô bem estereótipo, branco que só ele, além da pele, o cabelo claro, lembro de todas as vezes que ele veio a Petrolina buscar a mim e Sheila para passarmos as férias com eles, uma das coisas engraçadas é que toda a família da parte deles é branca, aí ficávamos como os pretinhos do vovô, mas isso nuca fez diferença, só um apelido carinhoso. Na casa deles, tudo era diferente, acordávamos bem cedo, podíamos colher uma espécie de feijão que tinha no muro de vó do qual adorávamos o sabor, íamos à feira, de onde ainda me lembro o sabor da Maria-mole que pode ser considerada o doce da minha infância, na mesma feira vendia as baladeiras, mas não precisava comprá-las, pois adorava as que meu bisavô fazia pra mim, sempre voltava de lá com um monte, ele que me ensinou a usar. Logo depois da praça tinha o bar de nosso tio-avô, mais o chamava apenas de tio Zé, sempre que íamos pedir a benção ele nos dava um doce da vitrine, aí já podem imaginar quantas e quantas vezes pedíamos a benção ao dia (risos), logo ele teve um acidente, ficou usando cadeira de rodas, naquela época não associei bem o porquê de ver meu Tio Zé daquele jeito. Outro local perto da casa da bisa era a PISTA a qual até hoje não atravesso a pé pelos conselhos e amedrontes de minha bisa. Além dos meus bisavôs, na casa morava a figura mais carinhosa da minha história, Tia Nininha, como eram aconchegantes aqueles abraços, um detalhe é que ela tem uma pequena deficiência na perna e por isso caminha torto, aí não adiantava nos ameaçar de surra já que corríamos, mas quando vô chegava a coisa mudava de sentido, não consigo lembrar sem vim o peso das emoções. O lugar de mais diversão era o riacho, mesmo morando ao lado do grande Rio São Francisco, aquele riacho era uma coisa ótima, se deixassem passávamos o dia nos banhando. Daquele lugar pretendo guardar apenas as coisas alegres, os tantos são joãos com os fogos, a felicidade de sentir que mesmo não estando mais lá, sei que sempre posso voltar e sentir a deliciosa saudade vendo o trem de ferro passar e correr atrás dele como quem quer alcançar o infinito.

Adriano Alves

02/12/2010